Os protestos contra a violência em Pernambuco ganharam as ruas do Recife na manhã do sábado (18.02). Cerca de 400 veículos circularam da Praça de Casa Forte, passando pelo bairro de Boa Viagem e seguindo até o Palácio do Campo das Princesas, com tarjas pretas, como forma de reivindicar políticas públicas mais eficazes para combater a criminalidade no estado. A carreata, organizada pelo Instituto Antônio Carlos Escobar (Iace), teve seu ponto alto em frente à Praça da República, onde os manifestantes ergueram mais de 2 mil bandeiras pretas representando as mortes ocorridas no último ano no Recife.
Mesmo sendo uma manifestação pacífica e organizada, a polícia interditou o local, evitando que os participantes chegassem próximo ao Palácio e entrassem na Praça da República. Fato que indignou José Carlos Escobar, médico e irmão de Antônio Carlos, morto ao tentar evitar um assalto no Pina, no final do ano passado. “O governo mostra que é competente para evitar manifestações, mas deveria agir da mesma forma no combate à violência”, disparou José Carlos. Apesar da intervenção policial, a manifestação continuou, terminando com os participantes cantando o hino nacional em frente ao Palácio de Justiça e gritando palavras de ordem como “Segurança sim, omissão não” e “justiça”.
Além de familiares e amigos do psiquiatra Antônio Carlos Escobar, também participaram da carreata pessoas que já foram vítimas de violência e quem já perdeu parentes pela mesma razão. Foi o caso da professora Conceição Diniz, que teve a filha – a engenheira química Maria Carolina – estuprada e assassinada em Sirinhaém há quatro anos. “Quero protestar, dar apoio à família Escobar e lutar para abrir os olhos dos nossos governantes”, disse. A viúva de Antônio Carlos Escobar, Maria Tereza Guimarães, avaliou como positivo o protesto. “Acredito que o instituto terá cada vez mais ações com o engajamento da sociedade”, afirmou.
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações do Diário de Pernambuco.
