No início de março as médicas plantonistas da pediatria do Hospital Barão de Lucena (HBL) estiveram na sede do Cremepe para denunciar a situação precária que estão vivendo. No dia 05 se reuniram com a diretoria do Cremepe e Simepe, na semana seguinte (dia 12 de março) a fiscalização do Conselho confirmou os déficits da emergência. O sindicato por sua vez se reuniu com a diretoria do serviço no dia 13 de março, porém, a resolução dos problemas depende da secretaria de saúde do Estado, por isso, as entidades médicas se reuniram na tarde desta terça-feira (20/03) com os promotores de Saúde do Ministério Público de Pernambuco.
Os promotores da saúde Ivana Botelho, Helena Capela e Édipo Soares (coordenador) afim de sanar os déficits de recursos humanos, insumos básicos e medicamentos convocou as entidades médicas, o corpo clínico e a secretaria de saúde. A discussão começou com a fala do presidente do Cremepe, André Dubeux, que explicou a preocupação com a assistência pediátrica no Estado. De acordo com ele é a população que tem sido mais penalizada pela gestão. “Já estivemos nesta casa (MPPE) inúmeras vezes para falar de Abreu e lima, Camaragibe, Paulista, Cabo e precisamos rever a assistência pediátrica no estado. Hoje em Pernambuco, na Região Metropolitana, só temos duas unidades que atendem pacientes graves (da pediatria) o IMIP e o Barão de Lucena”, disse Dubeux.
Ele pontuou os problemas: demanda excessiva, escalas incompletas, falta de insumos básicos como luva de procedimentos, falta de medicações, ausência de classificação de risco e de segurança. Além disso, não há cirurgião pediátrico e os pacientes chegam a passar até oito dias internados na emergência quando deveriam permanecer por apenas 24 horas.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Tadeu Calheiros, explicou que o déficit de recursos humanos compromete o serviço e que uma proposta inclusive aceita pela diretora da unidade é que os pacientes sejam referenciados. Ele ainda pontuou a ausência de outros 15 médicos na obstetrícia do Hospital. Já o diretor do Simepe e plantonista do HBL, Marcus Villander, completou dizendo que há uma ala com 10 leitos da UTI adulta fechada por falta de recursos humanos.
Dada a palavra para a representante da secretaria de Saúde de Pernambuco, foi dito que o concurso para médicos pediatras e cirurgiões pediátricos será homologado até junho. Entretanto, a medida de curto prazo é uma seleção simplificada que já foi aprovada no início deste mês pela Comissão de Política de Pessoal (CPP) da SES, o edital está pronto e na mesa do governador. “Só falta o governador assinar a resolução para ser divulgado”, afirmou a representação SES.
Os representantes do MPPE, por fim, deram um prazo de 15 dias para que o documento seja assinado pelo governador e já mancou uma próxima audiência para o dia 9 de abril já com as respostas da secretaria sobre: segurança, possibilidade dos pacientes serem regulados, a questão da seleção simplificada, o cirurgião pediátrico, abertura dos leitos de UTI, escala de obstetrícia e fisioterapia.