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Cremepe vai apurar morte após parto

O Conselho Regional de Medicina (Cremepe) vai instaurar uma sindicância para apurar a morte da paciente Valdenice Gomes da Silva Santos, 33 anos, que morreu durante o parto. A criança que nasceu morta, na unidade mista de Saúde Presidente Castelo Branco, no município de São Joaquim do Monte, a 132 quilômetros do Recife. A paciente foi atendida na unidade mista, mesmo depois da interdição feita pela Vigilância Sanitária do Estado, no último dia 3 de abril, com o fechamento do bloco cirúrgico e do setor de esterelização.

A paciente deu entrada no hospital por volta das 18h da última quarta-feira e, segundo informações repassadas pelo médico e diretor do hospital, José Abrantes Neto, que atendeu a paciente, à equipe do Cremepe e da Vigilância Sanitária, ela teria dado a luz meia hora depois de entrar no hospital, de parto normal. Mas, em consequência de uma hemorragia, agravada durante à noite, ele resolveu encaminhá-la para Caruaru às 6h de ontem. Valdenice morreu 10 minutos depois de entrar na ambulância. “Oque a gente quer saber é porque ele não fez logo a transferência da paciente para Caruaru na noite anterior, uma vez que se houvesse complicação o hospital não dispunha de condições para uma cirurgia de emergência”, ressaltou Ricardo Paiva, representante do Cremepe.

Revolta – A morte da dona-de-casa Valdenice Gomes, que saiu de Bonito para ter o filho em São Joaquim, deixou a população indignada e até a polícia teve que ser chamada para evitar que a Secretaria Municipal de Saúde fosse invadida pelos manifestantes. Segundo o secretário municipal de Saúde, Neidson Menezes, o hospital é filantrópico e não tem nenhum vínculo com o município.

A interdição do bloco cirúrgico, segundo o diretor estadual da Vigilância Sanitária, Jaime Brito, foi devido a várias irregularidade, entre elas a falta de profissionais no acompanhamento das cirurgias, principalmente o anestesista. “Quando nossa equipe esteve no hospital no dia 3 de abril estavam marcada várias cirurgias e não havia anestesista, o que comprovou as denúncias de que o médico e diretor do hospital José Abrantes estava fazendo os procedimentos cirúrgicos sozinho, inclusive sem médico auxiliar, o que vai de encontro a tudo o que recomenda legislação médica”, ressaltou Brito.

Segundo Menezes, os desmandos do Dr. Abrantes vem se repentindo há pelo menos 30 anos. “Ele ocupa as funções de médico, diretor, cirurgião, faz a evolução dos pacientes, é o plantonista e ainda atende no ambulatório. Isso é um absurdo que vem se repetindo há 30 anos”, ressaltou o secretário. O médico José Abrantes não foi encontrado no hospital para rebater as acusações. Ele também não foi localizado pelo celular, que se encontrava desligado até às 20h30 de ontem.