A Secretária de Saúde de Olinda tem o prazo de 20 dias para apresentar um plano de medidas que viabilize a reabertura do plantão noturno do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) de Peixinhos. A decisão foi tomada na tarde da terça-feira (03/11), em audiência pública no Ministério Público – Promotoria de Justiça de Olinda com a presença dos representantes das entidades médicas – Cremepe e Simepe -, conselho e sindicato dos enfermeiros, vereadores do município e participação popular.
Os presentes na audiência pública consideraram positiva a decisão e aguardam a apresentação das ações no dia 24 de novembro no Ministério Público. Diante do novo cenário, o Cremepe levará o indicativo de interdição ética do SPA novamente para avaliação da plenária estender o prazo para 30 de novembro.
A audiência, presidida pela Promotora de Justiça Maísa de Oliveira, foi provocada após denúncia do Simepe e reiterada pelo Cremepe, sobre fechamento do plantão e a interrupção de assistência à saúde à população. A unidade que era o único serviço de emergência 24h de Olinda e passou a funcionar das 7h às 19h.
Durante a audiência, ficou claro o descontentamento generalizado com a medida da Secretária de Saúde de Olinda. O vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, questionou o fato da pasta da saúde ser a última coisa pautada pela gestão municipal. “Faltam recursos humanos, transporte seguro para os pacientes, insumos e investimento. Os trâmites para o fechamento do serviço noturno do SPA de Peixinhos não foram claros “, pontuou o vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros.
Para o presidente do Cremepe, Silvio Rodrigues, a revisão da reabertura do serviço é fundamental. “Não cabe um serviço de pronto atendimento trabalhar só 12 horas. Quando se chega as cinco horas da tarde e tem um paciente instável, uma criança com asma, um paciente hipertenso que precisa estabilizar a pressão ou quadro convulsivo a primeira ação é estabilizar. Se o paciente não estiver estabilizado e precisar ser transferido o risco de morte é muito alto”, explicou.
Ainda de acordo com ele, Olinda já trabalha com uma estrutura de saúde sobrecarregada. “O Cremepe fiscalizou o Hospital Tricentenário e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “As duas unidades estão superlotadas. Só na sala amarela da UPA havia cinco macas extras e a sala vermelha do Tricentenário estava totalmente lotada, inclusive, com pacientes entubados”, esclareceu Rodrigues.
A secretária de Saúde de Olinda, Tereza Miranda, alegou que o município passa por problemas financeiros e a pasta esbarra na lei de responsabilidade fiscal. Porém, a promotoria indicou que os cortes não devem ser feitos gastos menos prioritários que a saúde.