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Médicos estão preocupados com as formas de contratualização no SUS

iforumprosusgrande2As formas de contratualização no Sistema Único de Saúde (SUS) foram debatidas na manhã do segundo dia do 1º Fórum Nacional Pró-SUS, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, nos dias 3 e 4 de outubro. A primeira atividade foi uma conferência do presidente do CFM, Carlos Vital, sobre o “Diagnóstico da saúde pública no Brasil”, em que ele defendeu mais financiamento, uma gestão profissionalizada da saúde, combate à corrupção e um compromisso dos governos pela efetiva implementação do SUS.

O Fórum recebeu a visita do deputado federal Hiran Gonçalves (PR/RR), que convidou os presentes para participarem, no próximo dia 24 de outubro, na Câmara dos Deputados, de uma sessão pública para comemorar os 65 anos do CFM. O deputado alertou para a tramitação de projetos de lei, de interesse de outras categorias da saúde, que buscam invadir as competências dos médicos. “Estou relatando um deles que pretende regulamentar a atividade de acupunturista. Querem criar uma profissão para se contrapor a uma especialidade médica. É claro que farei um relatório contrário”, garantiu.

Gonçalves também defendeu maior racionalidade nos gastos da saúde. “O ministro Ricardo Barros, que é do meu partido, disse que só na compra de remédios contra Aids o governo já economizou, desde que ele assumiu a pasta, R$ 800 milhões. Estava sendo adquirido um medicamento por US$ 5,2 e agora o governo está pagando US$ 1,4”, informou.

Organizações Sociais – A mesa redonda “A contratualização do SUS” começou com uma palestra do conselheiro federal pelo Rio de Janeiro Sidnei Ferreira, que falou sobre o tema “Modalidades de gestão: administração direta e terceirizada”. “Não quero dizer que toda a terceirização seja ruim, existem algumas organizações sociais (OS) sérias, mas tenho sérias restrições à maioria”, afirmou o conselheiro logo no início da sua fala.

Sidnei Ferreira mostrou vários estudos e resultados de fiscalizações de tribunais de contas para mostrar que hospitais administrados por OS recebem mais do que àqueles administrados diretamente pelo poder público e ainda não realizam o atendimento de “portas abertas”. Em média, as OS gastam 50% a mais do que as unidades geridas pela administração direta. Outra pesquisa, realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), faltam médicos em 69% das equipes de saúde da família contratadas por OS. Além disso, apenas 40% dos médicos contratados por OS recebem salários. Os demais têm outras formas de remuneração, alguns até sem contratos.

Numa fala contrária ao dito por Sidnei Ferreira, o diretor-geral da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), José Luiz Spigolon, afirmou que as entidades filantrópicas e as OS têm um custo menor do que a administração direta e uma maior efetividade. Spigolon argumentou, também, que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legal a contratação das OS, inclusive sem a realização de licitações.

O último palestrante da mesa redonda foi o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 13ª Região, Cláudio Gadelha, que falou sobre “Modalidades de contratação e precarização do trabalho médico no SUS”. Para o procurador, a terceirização no Brasil é irreversível, mas ela precisa ser aperfeiçoada. “Temos que eliminar a corrupção e a precarização da mão de obra. Temos de resguardar direitos”, defendeu.

Gadelha disse que ficou assustado com a decisão do STF favorável à contratação de OS sem licitação. “Alguns princípios deveriam ser obedecidos, como a legalidade, objetividade e economomicidade. O que temos visto são contratos de gestão mais onerosos para o poder público, com falhas de serviços acentuadas”, pontuou.

O 1º Fórum Nacional Pró-SUS continua hoje à tarde, com um debate sobre a carreira de Estado para o médico do SUS. Ao final será apresentado um relatório final com propostas para o aperfeiçoamento do SUS.As formas de contratualização no Sistema Único de Saúde (SUS) foram debatidas na manhã do segundo dia do 1º Fórum Nacional Pró-SUS, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, nos dias 3 e 4 de outubro. A primeira atividade foi uma conferência do presidente do CFM, Carlos Vital, sobre o “Diagnóstico da saúde pública no Brasil”, em que ele defendeu mais financiamento, uma gestão profissionalizada da saúde, combate à corrupção e um compromisso dos governos pela efetiva implementação do SUS.

O Fórum recebeu a visita do deputado federal Hiran Gonçalves (PR/RR), que convidou os presentes para participarem, no próximo dia 24 de outubro, na Câmara dos Deputados, de uma sessão pública para comemorar os 65 anos do CFM. O deputado alertou para a tramitação de projetos de lei, de interesse de outras categorias da saúde, que buscam invadir as competências dos médicos. “Estou relatando um deles que pretende regulamentar a atividade de acupunturista. Querem criar uma profissão para se contrapor a uma especialidade médica. É claro que farei um relatório contrário”, garantiu.

Gonçalves também defendeu maior racionalidade nos gastos da saúde. “O ministro Ricardo Barros, que é do meu partido, disse que só na compra de remédios contra Aids o governo já economizou, desde que ele assumiu a pasta, R$ 800 milhões. Estava sendo adquirido um medicamento por US$ 5,2 e agora o governo está pagando US$ 1,4”, informou.

Organizações Sociais – A mesa redonda “A contratualização do SUS” começou com uma palestra do conselheiro federal pelo Rio de Janeiro Sidnei Ferreira, que falou sobre o tema “Modalidades de gestão: administração direta e terceirizada”. “Não quero dizer que toda a terceirização seja ruim, existem algumas organizações sociais (OS) sérias, mas tenho sérias restrições à maioria”, afirmou o conselheiro logo no início da sua fala.

Sidnei Ferreira mostrou vários estudos e resultados de fiscalizações de tribunais de contas para mostrar que hospitais administrados por OS recebem mais do que àqueles administrados diretamente pelo poder público e ainda não realizam o atendimento de “portas abertas”. Em média, as OS gastam 50% a mais do que as unidades geridas pela administração direta. Outra pesquisa, realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), faltam médicos em 69% das equipes de saúde da família contratadas por OS. Além disso, apenas 40% dos médicos contratados por OS recebem salários. Os demais têm outras formas de remuneração, alguns até sem contratos.

Numa fala contrária ao dito por Sidnei Ferreira, o diretor-geral da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), José Luiz Spigolon, afirmou que as entidades filantrópicas e as OS têm um custo menor do que a administração direta e uma maior efetividade. Spigolon argumentou, também, que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legal a contratação das OS, inclusive sem a realização de licitações.

O último palestrante da mesa redonda foi o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 13ª Região, Cláudio Gadelha, que falou sobre “Modalidades de contratação e precarização do trabalho médico no SUS”. Para o procurador, a terceirização no Brasil é irreversível, mas ela precisa ser aperfeiçoada. “Temos que eliminar a corrupção e a precarização da mão de obra. Temos de resguardar direitos”, defendeu.

Gadelha disse que ficou assustado com a decisão do STF favorável à contratação de OS sem licitação. “Alguns princípios deveriam ser obedecidos, como a legalidade, objetividade e economomicidade. O que temos visto são contratos de gestão mais onerosos para o poder público, com falhas de serviços acentuadas”, pontuou.

O 1º Fórum Nacional Pró-SUS continua hoje à tarde, com um debate sobre a carreira de Estado para o médico do SUS. Ao final será apresentado um relatório final com propostas para o aperfeiçoamento do SUS.