A Câmara Técnica de Medicina do Esportes reuniu-se nesta quarta-feira (8) para traçar estratégias de atuação e deliberar sobre questionamentos enviados ao Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre assuntos correlatos à especialidade. Entre as deliberações, foi decidida a elaboração de uma cartilha, a ser distribuída aos médicos, sobre substâncias que não podem ser prescritas aos atletas de alto desempenho, sob pena de eles serem acusados de dopping. Um dos casos mais comuns é o uso de corticoides, que só podem ser prescritos em situações muito específicas.
Ano passado, foram colhidas mais de seis mil amostras em jogadores de futebol e dos casos positivos de dopping, 22% decorreram do uso de corticoides, que superou outros agentes também utilizados por atletas, como estimulantes e diuréticos. “Entendemos que há casos de boa-fé, em que não havia a intenção de dopagem, por isso é importante este trabalho de conscientização”, enfatizou o coordenador da Câmara Técnica, conselheiro federal Emmanuel Fortes.
Durante a reunião, o presidente da Comissão de Médicos da Confederação Brasileira de Futebol, neurocirurgião Jorge Pagura, pediu esclarecimentos sobre resoluções do CFM que dizem respeito ao atendimento médico nos clubes. Entre essas resoluções, estão a de nº 1.833/08, que regulamenta a organização dos serviços médicos em instituições esportivas; 2.012/13, que aponta a infraestrutura mínima de equipamentos médicos necessários para a realização de grandes eventos, entre os quais os jogos esportivos e a 2.056/13, que trata dos critérios de fiscalização. Pagura afirmou que a CBF se dispõe a orientar os times de futebol a seguirem todas as regras e se comprometeu a realizar um levantamento para saber como estão os departamentos médicos dos times brasileiros.
Também participaram da reunião, os médicos do esporte Hesojy Glay Pereira Vital da Silva, Nabil Ghorayeb, Ricardo Nahas, Serafim Ferreira Borges e Fernando Solera.