O Hospital das Clínicas da UFPE, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (Fiocruz-PE) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciaram pesquisa este mês para avaliar a persistência do zika vírus em fluidos de seres humanos. Esse vírus já foi detectado em sangue, urina, sêmen, fluidos cerebrais e espinhais, saliva e líquido amniótico. O zika vírus é um vírus transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chicungunha.
Financiada e coordenada pela OMS, a pesquisa ZikaBRA tem como objetivo mapear por quanto tempo o zika vírus pode ficar ativo no organismo, podendo provocar a transmissibilidade da doença entre humanos e se o vírus pode permanecer inativo e reaparecer numa fase posterior.
Os pacientes diagnosticados com a arbovirose pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá e por postos de saúde do Distrito 4 do Recife (nos bairros Várzea e Engenho do Meio) terão uma agenda de coleta de seus fluidos no HC para o acompanhamento da pesquisa. “A transmissibilidade sexual, por exemplo, já está comprovada. Mas por quanto tempo o vírus atua? É importante avaliar o impacto dessa doença ao longo do tempo”, explica o professor da UFPE e médico do HC Carlos Brito, coordenador da parte clínica do projeto no Recife.
Uma gama de fluidos corporais será recolhida dos participantes da pesquisa durante 24 meses. As amostras serão testadas quanto à presença de vírus zika e quanto às respostas imunológicas dos participantes em diferentes momentos. Previsto para meados de 2019, o resultado do estudo ajudará a OMS a propor recomendações sobre a melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus. Além do Recife, a pesquisa será feita em Manaus e no Rio de Janeiro.