Médicos pernambucanos se reuniram na tarde desta quinta-feira, 03 de agosto, para participar da manifestação nacional ‘Fora Barros’, que pede a saída do ministro da Saúde, Ricardo Barros. O ato público aconteceu no Conselho Regional de Medicina (Cremepe), no bairro do Espinheiro/Recife.e reuniu inúmeros profissionais que usaram camisas e faixas pretas em protesto contra as recentes declarações do ministro. Barros ao explicar sua proposta de implementar sistema de biometria para o registro de jornada de trabalho nas unidades de saúde afirmou que o médico vai “parar de fingir que trabalha”.
De acordo com o presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, o movimento mostrou a indignação da categoria médica em nível estadual e nacional contra um ministro, que de forma vil, tenta imputar as falhas da saúde, por má gestão caracterizada pela corrupção política do Brasil, nas costas da sociedade brasileira, aqui representada pelos médicos, quando ele disse que “médicos dizem que trabalham”. Calheiros salientou: “É inaceitável que tenhamos que tolerar as declarações do ministro Ricardo Barros, que age desta forma, este movimento, portanto, demonstra a indignação dos médicos pernambucanos.
SUS desestruturado e sem investimentos
O presidente Tadeu Calheiros disse ainda que a declaração é uma tentativa do ministro de transferir para o médico a responsabilidade pelos graves problemas que atravessa o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, desestruturado e sem o investimento mínimo por parte do governo federal.
“Nós estamos cansados de, infelizmente, assistir recorrentes absurdos, mas, desta vez, a sociedade brasileira não mais vai tolerar corrupção, serviços públicos de saúde de pouca qualidade e subfinanciados, é nossa obrigação cobrar à gestão para que os recursos sejam alocados e que estes gestores tratem corretamente a sociedade brasileira”, acrescentou..
Prioridades e demandas
Com o movimento, os médicos querem debater a prioridade às indicações técnicas para ocupantes de cargos públicos em Saúde, inclusive no Ministério; o não contingenciamento do orçamento da saúde; condições dignas de trabalho para os profissionais da saúde e de atendimento aos pacientes; apoio ao Ministério Público nas investigações de casos de corrupção na saúde; utilização do piso salarial médico nas contratações dos serviços públicos e privados; aprovação da Carreira de Estado para Médicos; aprovação do Ato Médico.
Além disso, os profissionais cobram reformulação da Lei 9656/98 – que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde – no que tange à remuneração médica e fiscalização ao cumprimento das diretrizes para abertura de novas faculdades de Medicina, que impeçam a criação indiscriminada de instituições de má qualidade no ensino médico e criação de grupo de avaliação (com membros de entidades médicas) das existentes.
A manifestação nacional foi uma iniciativa da Aliança Médica e conta com o apoio da Federação Médica Brasileira (FMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), da Ordem dos Médicos do Brasil (OMB), além dos sindicatos médicos de todo o País..