A Câmara dos Deputados realizou na manhã desta quarta-feira (18) uma sessão solene em homenagem ao Dia do Médico, que contou com a participação de dezenas de deputados e de representantes de várias entidades médicas. “Embora hoje seja um dia de reconhecimento e agradecimento à classe médica, é importante dizer que temos pouco a comemorar. Como representante do Conselho Federal de Medicina (CFM) tenho a obrigação de falar da crise na saúde. O subfinanciamento, que não tem cor partidária, nem governo, tira as condições de trabalho do médico e está deixando a população brasileira desassistida”, afirmou o presidente do CFM em exercício, Mauro Ribeiro.
O representante do CFM também criticou a abertura indiscriminada de escolas médicas, que classificou como uma “bomba armada”. “Em 30 anos seremos 1,5 milhão de médicos, a maioria com formação em faculdades sem locais de prática, o que, em último plano, vai prejudicar a população”, denunciou. Mauro Ribeiro defendeu também mudanças na lei do Mais Médicos. “É urgente que esta Casa faça as reformulações necessárias. E para tanto, temos de aprender a praticar o jogo político, com ética e respeito. Daí a importância do lançamento, hoje, da Frente Parlamentar em Defesa da Medicina (FPMED)”, afirmou.
Mauro Ribeiro se referiu à Frente, lançada nesta quarta-feira (18), que vai reunir deputados, senadores e entidades da sociedade civil na defesa da prática médica. O criador e coordenador da FPMED, deputado federal e ortopedista Mandetta (DEM/MS), afirmou que o médico geralmente está preocupado com o paciente e não faz o trabalho político necessário, o que acaba se refletindo na aprovação de leis contrárias ao ato médico.
“Todos os governos buscam se eximir de suas responsabilidades na área de saúde, jogando a culpa no médico. É comum secretários de saúde afirmarem que faltam profissionais e ministros da saúde acusarem médicos de fingirem trabalhar. Temos de nos organizar para defendermo-nos desses ataques”, afirmou Mandetta.
O deputado federal defendeu a criação da carreira exclusiva do médico. “A medicina não vai chegar no Alto Xingu de dependermos apenas do mercado”, argumentou. O coordenador da FPMED também defendeu a união das entidades médicas na defesa das causas médicas. “O nosso desafio está na unidade. O nosso adversário são os governantes”, ressaltou.
Também participaram da homenagem, presidentes de várias associações médicas e de residentes, sociedades de especialidades e representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Federação Médica Brasileira (FMB).
Dezenas de deputados subiram à tribuna para elogiar a classe médica e defenderam a valorização dos profissionais. Entre os parlamentares presentes, louvaram o Dia do Médico, Jorge Nunes (PMDB/TO), Raquel Muniz (PSD/MG), Marcos Pestana (PSDB/MG), Hiran Gonçalves (PP-RR), Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), Mariana Carvalho (PSDB/RO) e Jandira Feghali (PCdoB/RJ).
Também prestaram homenagem aos médico os deputados Antônio Jácome (Podemos/RN), Jorge Solla (PT/BA), Marcos Montes (PSD/MG), Weliton Prado (PROS/MG), Izalci Lucas (PSDB/DF), Professor Victoria Galli (PSC/MT), Mário Hering (PDT/MG), Mauro Pereira (PMDB/RS), Alexandre Sefiottis (PMDB/RS), Jorge Silva (PHS/ES), Onyx Lorenzoni (DEM/RS) e Geraldo Resende (PSDB/MS).