Volta às aulas, voltam as preocupações com as doenças da pele na criançada. Não é raro os pequenos voltarem das férias com problemas na pele e no cabelo que, muitas vezes, podem ser transmitidos durante o contato com as outras crianças no ambiente escolar.
“É importante a família entender que ao retornar ao colégio, é recomendável uma visita ao dermatologista para checkup e proteção da pele, maior órgão do corpo humano”, explica a Dra. Ana Mósca, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Pensando nisso, a SBD listou as principais doenças da pele e do cabelo que as crianças contraem nas férias e que podem transmitir para os amigos de colégio no retorno das atividades escolares. Veja a lista das principais doenças, suas causas e como preveni-las:
– Pediculose (Piolho)
Conhecida popularmente como piolho, é uma doença parasitária causada por insetos sugadores de sangue que vivem e se reproduzem na superfície da pele e dos pelos. É importante a família saber que as crianças não devem ir de cabelo molhado para a escola, porque a umidade e a aglomeração de indivíduos favorecem a infestação do piolho. Portanto, o ideal é que os cabelos sejam lavados ao final do dia. As crianças de cabelos compridos devem ir à escola com os cabelos presos. É importante orientar as crianças para não compartilharem objetos de uso pessoal como escovas de cabelo, pentes, arcos e bonés.
– Micose
São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e o cabelo. A transpiração, o calor e a umidade são alguns fatores que favorecem o surgimento das micoses superficiais. Nas férias, as crianças não costumam fazer uma boa higiene. Com isso, podem aparecer as micoses oportunistas. É necessário que os responsáveis prestem atenção se as crianças estão fazendo uma higiene adequada, principalmente os adolescentes que costumam “se virar sozinhos”.
– Pitiríase Versicolor (Pano Branco)
É um tipo de micose oportunista causada por uma levedura, encontrada com elevada frequência no couro cabeludo e em regiões da pele ricas em glândulas sebáceas. É comum nos climas quentes e úmidos, em pacientes com peles oleosas ou que fazem uso contínuo de produtos oleosos. O indivíduo muitas vezes já está com essa doença consigo, e, quando ele se bronzeia, percebe essa característica de manchas arredondadas ou ovais, ou muitas vezes de aspecto geográfico, geralmente brancas e menos comumente rosadas. A família deve ficar atenta aos sintomas na criança e procurar um dermatologista para cuidar.
– Molusco
Também conhecido como molusco contagioso é uma infecção viral contagiosa relativamente comum nas crianças. O contato direto é a forma de contágio mais comum que existe para esse tipo de infecção. As lesões são formadas por elevações translúcidas, com certo brilho e com umbilicação (depressão) central. É auto inoculável e pode apresentar auto inoculação pós-trauma, por isso deve-se evitar coçar e mexer nas lesões por conta própria. Nesses casos, os pais precisam procurar um dermatologista para tratar com medicamentos ou remover essas lesões.
– Impetigo
É uma infecção bacteriana superficial da pele, altamente contagiosa, e muito comum na face ou extremidades da pele de crianças. O verão é a estação propícia para o desenvolvimento do impetigo, uma vez que o calor e a umidade favorecem a instalação e o desenvolvimento dos agentes infecciosos. Outros fatores como queda no sistema de defesa do organismo, ferimentos superficiais na pele (arranhões e pequenos cortes), picadas de insetos ou mesmo lesões de pele de outras doenças pré-existentes (como a dermatite atópica) podem servir de porta de entrada para a bactéria e manifestação da doença.
– Alergia
É comum que meninas utilizem maquiagens de adulto ou pintem os cabelos para irem às aulas. Mas, a pele das crianças tende a ser mais fina e porosa do que a dos adultos, por isso absorve mais os produtos e tem maior risco de apresentar reações alérgicas graves em contato com algumas substâncias químicas. Por isso, a SBD recomenda que os pais permitam apenas os produtos infantis e específicos para a faixa etária dos filhos. A tintura ou descoloramento dos cabelos das crianças é outro motivo das alergias. Nesse caso, a SBD não recomenda nenhum tipo de tintura.
“A escola é essencial na educação da saúde e pode ser parceira na proteção da pele das crianças. Uma dica é orientar as famílias, no início do ano letivo, a observar suas crianças e verificar se voltaram das férias com a pele comprometida”, conclui a Dra. Ana Mósca.