A demografia médica 2018 também analisou a distribuição dos médicos em função do tamanho da população dos 5.570 municípios do País. O estudo os agrupou segundo estratos, nos quais foram observados aspectos como números de médicos e de habitantes, as porcentagens correspondentes e a razão médico/habitante em cada grupo.
O estudo mostra que as 3.802 cidades brasileiras com até 20 mil moradores somam 32.227.796 habitantes e 11.657 médicos. Isso significa que os 15,5% da população do País, instalados nas menores cidades, contam com 2,6% do total de profissionais em atividade no País.
Por sua vez, as 42 cidades com mais de 500 mil habitantes somam 62.625.010 moradores e são atendidos por 271.366 médicos. Esse cálculo mostra que enquanto 30,2% da população vive nos grandes centros 60,2% dos médicos atuam nesses locais.
Situação desigual – Ao avaliar essas informações em detalhes, percebe-se que nas 3.802 localidades de até 20 mil moradores há menos de 0,40 médico por mil habitantes. Ou seja, em 68,3% das cidades brasileiras, há menos de um médico para mil moradores. Contudo, a situação é mais grave em 1.235 municípios brasileiros com até 5 mil habitantes que têm razão média de 0,30 médicos por grupo de mil habitantes.
Por sua vez, nas 268 cidades com população entre 100 mil e 500 mil habitantes a razão é de 2,14. E nas 42 com mais de 500 mil habitantes a taxa é de 4,33 profissionais por mil moradores. O grupo das cidades maiores (acima de 500 mil habitantes) conta com 14,4 vezes mais médicos que o grupo das menores (até 5 mil habitantes).
Essa análise permitiu verificar que as taxas de médicos por habitantes mostram como o Brasil é um país de extremos, com cidades tão desprovidas de médicos quanto algumas localidades de países africanos. Por outro lado, constatou-se que em municípios entre 100 mil e 500 mil moradores esse índice fica próximo aos de países desenvolvidos. Já naqueles acima de 500 mil, a proporção médico/habitante muitas vezes supera à das nações europeias ricas.