Formação médica, mercado de trabalho e assistência à saúde no Brasil. Estes são os três eixos temáticos que devem conduzir os debates no XIII Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem), a ser realizado nos dias 29 e 30 de maio, em Brasília (DF). Os últimos preparativos, entre eles a definição da programação e a formulação do regimento interno do evento, estiveram na pauta de abril da Comissão Nacional Pró-SUS, que reúne representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Federação Médica Brasileira (FMB).
Durante os dois dias do evento, que acontecerá no auditório da Associação Médica de Brasília (AMBr), são esperadas cerca de 500 pessoas, entre delegados estaduais, representantes dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), sindicatos e associações médicas, sociedades de especialidades e outras lideranças da área.
“Esperamos promover, nestes dias, um debate consistente sobre as necessidades e as prioridades da população e dos médicos, indicando, ao final do evento, ações fundamentais para manter a obediência às diretrizes e aos princípios constitucionais que regulam a assistência na rede pública, suplementar e privada no Brasil”, destacou Carlos Vital, presidente do CFM.
Segundo ele, o relatório final será encaminhado às autoridades e também aos candidatos a cargos eletivos nas Eleições Gerais de 2018. O objetivo é contribuir com a formulação de iniciativas de defesa da saúde e da medicina em todo o território nacional.
O presidente da Fenam, Jorge Darze, destacou que “o resultado do Enem será um instrumento da luta médica no Brasil e ajudará os nossos colegas médicos que tentarão uma vagaa no Congresso Nacional”.
Temas – Os eixos temáticos do evento indicam que a situação do aparelho formador de futuros médicos será um dos pontos centrais dos debates. Atualmente, há 314 escolas médicas no Brasil, que oferecem um total de quase 30 mil vagas apenas no primeiro ano de curso. Além do excesso de escolas, entre os problemas que preocupam as lideranças, estão a insuficiência dos ambientes de práticas e a fragilidade dos sistemas de avaliação dos estudantes e dos cursos de medicina no País.
Outros temas que devem se destacar na pauta são a necessidade de adoção de uma política de financiamento adequado para o Sistema Único de Saúde (SUS); a inserção do médico no mercado de trabalho; a criação de uma carreira de estado para o profissional que atua no SUS; os problemas decorrentes da precarização dos contratos de trabalho; e os abusos das operadoras de planos de saúde.
Para Lincoln Lopes Ferreira, presidente da AMB, historicamente a união das entidades médicas tem sido fundamental para obter conquistas importantes, “mas, ainda é preciso alinhar outras questões relevantes, como o Revalida e a criação do exame nacional obrigatório de proficiência”.
Presidente da FMB, Waldir Araújo Cardoso defendeu a realização do evento e garantiu que a representação sindical está empenhada. “Os médicos brasileiros vão dar sua contribuição em documento oriundo dos debates do Enem. Se queremos – e precisamos da mudança –, temos que nos apresentar para o debate e as proposições”, enfatizou.