O Recife começou a implementar este ano um protocolo para acompanhamento de pacientes com hipertensão e diabetesque visa não só o tratamento farmacológico, mas a integralidade da assistência nutricional e de atividades físicas. A iniciativa busca combater o avanço das duas doenças na capital.
Dados recentes da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde, mostram que 28,4% dos recifenses disseram ter diagnóstico médico de hipertensão e 9,6%, de diabetes. Com destaque para as mulheres que tiveram incremento de diagnóstico de diabetes, entre 2006 e 2017, de 54,3%. A mesma pesquisa evidenciou que 20% da população está obesa e mais cerca de 55% esta com excesso de peso.
“Desde 2015 nós temos um plano de enfrentamento às doenças crônicas não transmissíveis que vem sendo implantado em várias etapas ao longo desse período. Houve uma mobilização de todas as áreas da saúde da família para fazer um protocolo que pudesse dar conta não só do aspecto de tratamento medicamentoso, que já seria por si importante, mas que pudesse ver toda a promoção à saúde, alimentação saudável, atividade física, diagnóstico precoce na atenção básica”, explicou o secretário municipal de Saúde, Jailson Correia. Ele contou que estas doenças têm crescido exponencialmente no mundo, aliada a fatores como envelhecimento populacional e maus hábitos de saúde. Apenas no Recife, segundo Correia, 40% dos óbitos se dão pelas doenças crônicas não transmissíveis, com destaque para a hipertensão e obesidade.
O protocolo traz, entre outros pontos, a identificação de fatores de risco e consulta para rastreamento dessas doenças; informações sobre diagnóstico e segmento da diabetes e também diagnóstico e acompanhamento do paciente com hipertensão; e orientações para assistência de enfermagem, odontológica e do agente comunitário de saúde. Uma novidade é a Caderneta de Saúde da Pessoa com Hipertensão e Diabetes.
“Uma das grandes vantagens desse protocolo é que com ele em mãos os médicos e as equipes se sentem mais capacitados e empoderados para fazer o acompanhamento na atenção básica. Deixa ainda o encaminhamento para as consultas especializadas e solicitação de exames especializados para aqueles casos que o protocolo foi seguido, mas não se conseguiu controlar as doenças. Então, até um elemento de racionalização dos nossos recursos o protocolo ajuda a fazer”, concluiu o secretário.