Os homens ainda são maioria entre os médicos em atividade no Brasil, mas a diferença em relação às mulheres vem diminuindo ano a ano. É o que mostram os levantamentos da Demografia Médica 2020. Segundo os dados mais recentes (2020), os homens representam 53,4% da população de médicos e as mulheres, 46,6%.
Há cinco anos, na pesquisa de 2015, médicos homens somavam 57,5% do total, e as médicas, 42,5%. Trinta anos atrás, em 1990, as mulheres eram apenas 30,8%.
Nos grupos de médicos com idades até 34 anos, as mulheres já são maioria, em 2020. Elas representam 58,5% entre os médicos com até 29 anos e são 55,3% na faixa etária de 30 a 34 anos. No grupo com idade entre 35 e 39 anos, há um equilíbrio numérico entre os sexos: com 49,7% de mulheres. A presença masculina na profissão médica aumenta nas faixas etárias mais elevadas, atingindo o percentual máximo de 79% no grupo acima dos 70 anos.
A crescente presença feminina na carreira médica é nítida ainda na evolução da distribuição por sexo ao longo do último século. Em 1910, os homens eram 77,7% e as mulheres, 22,3%. A presença masculina se amplia até 1960, quando chega a 87%, e as mulheres se limitam a 13%. A partir dos anos 1970, as mulheres ampliam sua participação e passam de 15,8% em 1970 para 46,6% em 2020.
A análise dos novos registros de médicos nos CRMs entre 2000 e 2019 também ilustra a evolução da participação das mulheres na Medicina. No ano de 2000, por exemplo, 4.572 homens registraram-se nos conselhos, contra 3.594 mulheres – 56% e 44%, respectivamente.
Em 2009, as médicas passaram a ser maioria. Do total de inscritos naquele ano, 50,4% eram mulheres e 49,6%, homens. Em 2019, 21.941 novos médicos fizeram suas inscrições, dos quais 57,5% eram mulheres e 42,5%, homens. A distribuição dos médicos segundo gênero por unidade da Federação, no entanto, é bastante heterogênea no País.