As entidades médicas de Pernambuco: Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Associação Médica de Pernambuco (AMPE) e Academia Pernambucana de Medicina (APM), diante de uma crise nunca vista na história recente da humanidade, com quase 300 mil óbitos no Brasil, com uma média diária já acima de 2 mil casos letais e um profundo enfraquecimento da economia, veem à público reforçar a necessidade de medidas efetivas para o enfrentamento da Covid-19. Neste penoso momento, repudiamos qualquer forma de “negacionismo”, bem como lamentamos a falta de uma coordenação nacional responsável; também não podemos admitir a falta de leitos, insumos e equipamentos. É hora de um esforço conjunto de todos, indistintamente.
Em nossa realidade, encontramos unidades municipais e estaduais em situações caóticas; o sentimento dos profissionais de saúde é de desalento e a sensação física, é a de exaustão. Os médicos se sentem impotentes em não conseguir socorrer, de forma adequada, os pacientes, vítimas da covid-19.
Após um ano de início da pandemia, no estado de Pernambuco, lamentavelmente nos deparamos com um sistema de saúde que não conseguiu barrar o vírus e, apesar dos esforços envidados, não manteve a estrutura montada em 2020, mesmo tendo ciência da possibilidade de um novo “pico” de casos do coronavírus. Estamos hoje com 95% dos nossos leitos ocupados, há falta de coordenação e ações planejadas, estruturantes e eficientes dos gestores executivos em todas as esferas do poder. Uma preocupante desassistência e incompetência, eleva a níveis inadmissíveis o risco da população e dos profissionais da saúde que estão na linha de frente, no combate à covid-19.
O que vislumbramos hoje é um cenário politizado e a falta de medidas eficazes para conter a propagação do vírus. Há uma necessidade urgente, real e imediata, de aumento do quantitativo de vacinas ofertadas, incluindo a vacinação de todos os médicos, e uma reestruturação urgente nas unidades de saúde. É preciso que o povo tenha a garantia de que terá um atendimento adequado ao adoecer, já que não é possível controlar o adoecimento, é imperiosa a obrigação constitucional dos governantes: estar preparados.
As entidades médicas reforçam a necessidade de campanhas educativas massivas de conscientização com foco nos cuidados básicos, na prevenção da covid-19. Mas, não basta somente isso: se faz necessário a implementação de políticas públicas voltadas a convocação da sociedade em se engajar no controle da pandemia, para que possamos ter pleno êxito no enfrentamento da doença. Além de medidas como: ampliação da frota de transporte público, horários alternados de funcionamento das atividades produtivas afim de diminuir a circulação de indivíduos no mesmo momento; distanciamento social em ambientes públicos de saúde, estações de metrô, terminais rodoviários, salas de espera; linhas de crédito voltados à garantia do emprego, auxílio para subsistência dos vulneráveis, amplas medidas restritivas coordenadas em todos os estados da federação, entre outras. É tempo do governo, sair da inércia paralisante e adotar medidas que efetivamente, visem a preservação da vida!