“Obtivemos alguns avanços, mas estamos longe do ideal”, assim descreveu o presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Maurício Matos, sobre a situação atual da assistência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em meio à pandemia de COVID-19, em reunião virtual realizada na tarde desta terça-feira (15/06) com os diretores técnicos nas UPAs do Estado. Também estiveram presentes no encontro on-line, o vice-presidente do Conselho, Mário Jorge Lobo, o 1º secretário, André Dubeux, 2º vice-presidente, Pedro Passos e o 3º vice-presidente, Silvio Rodrigues.
Os representantes das Unidades relataram problemas relacionados ao desfalque na escala de médicos; remoção de pacientes, abastecimento de medicamentos e insumos; restrição de atendimento nos serviços ambulatoriais, que geram sobrecarga nas UPAS; fluxo para pacientes com suspeita de COVID-19 e a segurança das Unidades. A diretora técnica da UPA de Paulista destacou que são críticos os níveis de desabastecimento de determinadas medicações, mas que a Unidade encontra-se suprida no que diz respeito aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Ela destacou, ainda, que a diminuição na procura por pacientes COVID-19 foi de entre 15 e 20 atendimentos, para oito. A redução destes números foi confirmada pelos demais diretores técnicos presentes.
Foi destacado também, pelos representantes das UPAs, o problema que diz respeito à remoção de pacientes, apontando que no contrato de gestão consta que a transferência destes pacientes é uma responsabilidade do SAMU e que estas Unidades não contam com equipes próprias de remoção e, por isso, os plantonistas é que realizam essas transferências.
O dimensionamento das equipes médicas foi também pauta da discussão, em que foram debatidas as diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM) que preconizam que: “todo paciente deverá, obrigatoriamente, ser atendido por um médico, não podendo, sob nenhuma justificativa, ser dispensado ou encaminhado a outra unidade de saúde por outro profissional que não o médico” (Resolução CFM nº 2.077/14).
De acordo com o diretor técnico da UPA de Olinda, a maior preocupação é a segurança. Com a retirada da polícia militar das UPAs, os serviços, colaboradores e pacientes ficaram ainda mais vulneráveis à violência. A problemática foi reforçada pelos demais diretores presentes, como das UPAS Caxangá e de Barra de Jangada.
O presidente do Conselho se prontificou em solicitar de imediato à Secretaria Estadual de Saúde (SES) um posicionamento referente à remoção dos pacientes e classificou como “absurda a atual situação em que se desloca um plantonista, de uma escala já defasada, para atuar na transferência do paciente”. Sobre a segurança, o presidente afirmou que se trata de uma demanda a ser averiguada junto ao Governo Estadual, e que levará a pauta ao chefe do executivo em Pernambuco.
Edição Joelli Azevedo