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Ataque químico às gestantes

Estudo diz que 100% das grávidas sofrem contaminação por pesticidas

Pesquisadores espanhóis alertaram ontem que 100% das mulheres grávidas têm pelo menos um tipo de pesticida na placenta, camada que deveria proteger o feto. Segundo eles, a contaminação da placenta deveria ser melhor investigada para avaliar o risco de danos ao bebê.

O estudo da Universidade de Granada, na Espanha, advertiu que o meio ambiente foi de tal forma afetado por substâncias produzidas pelo homem, que danos ambientais precisam ser considerados com mais seriedade em todas as fases do desenvolvimento humano.

Duas mil substâncias criadas a cada ano. A líder da pesquisa, María José López Espinosa, lembrou que os seres humanos criaram mais de 110 mil substâncias químicas diferentes desde o início da Revolução Industrial.

A cada ano, cerca de duas mil novas substâncias são introduzidas. A maioria são poluentes presentes no ar, na água, no solo e nos alimentos. Muitos desses poluentes são inadvertidamente absorvidos pelo corpo humano a cada dia, seja pela simples inalação ou pela ingestão de alimentos. Boa parte dessas substâncias é eliminada pelo organismo, mas uma parcela pode ser assimilada e acumulada nos tecidos.

– Esse acúmulo é particularmente perigoso para as mulheres grávidas. Durante a gestação, os contaminantes acumulados pela mãe passam a ter acesso ao feto em desenvolvimento – disse a pesquisadora.

O estudo dela foi focalizado nos contaminantes que afetam o funcionamento de hormônios, como os compostos presentes em certos pesticidas organoclorados disruptivos. Os cientistas espanhóis analisaram dados de 308 gestantes atendidas no hospital universitário de Granada, de 2000 a 2002.

Amostras das placentas foram extraídas no parto. Todas as crianças nasceram sem problemas e têm se desenvolvido normalmente.

Porém, o resultado mostrou que 100% das gestantes tinham pelo menos um tipo de pesticida na placenta, mas muitas chegavam a ter oito ou mais tipos dessas substâncias. Estas podem ter sido absorvidas através do alimentos. Os pesquisadores disseram que só um estudo de longo prazo poderá dizer se os bebês sofreram algum tipo de dano ainda não aparente.

– Realmente não sabemos que tipo de conseqüência a exposição a pesticidas organoclorados poderá ter sobre crianças – observou María José López.

Problema ocorre na formação do embrião Mas baseada em dados da literatura médica, ela disse que essas conseqüências podem ser graves, já que a exposição acontece desde os primeiros momentos da formação do embrião.

Uma possibilidade é que certos problemas sejam conhecidos mas nunca tenham sido relacionados à exposição fetal a pesticidas organoclorados. O mesmo grupo de pesquisa já fez estudos que associavam a exposição a pesticidas a malformações nos aparelhos genital e urinário. A contaminação pode ser evitada por meio de dieta equilibrada, exercícios diários e controle do tabagismo.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
FONTE: O Globo.