Nesta terça-feira (06/07), o Governo de Pernambuco, por meio da Comissão Intergestores Bipartite Estadual de Pernambuco, autorizou que o intervalo da aplicação da AstraZeneca/Fiocruz pode ser de 60 dias, com o objetivo de agilizar a cobertura vacinal no estado. Recife já liberou a marcação da segunda dose de quem se enquadrar nesse perfil.
O conselheiro do Cremepe e membro do Comitê de Imunização contra a Covid-19, Eduardo Jorge Fonseca, explicou a importância da autorização. “Precisamos garantir, de forma mais rápida possível, que a população complete seu esquema vacinal com duas doses (CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer) para que a imunidade de rebanho possa ocorrer de forma mais rápida. Caso contrário há um sério risco de que haja um aumento na expressão de variantes como a Delta, acarretando uma elevação no número de casos”, opinou Eduardo.
O médico comentou, ainda, a questão logística que envolve a redução do prazo de aplicação da 2ª dose. “Existem vacinas da AstraZeneca no estoque que estão reservadas apenas para a segunda dose. Então, diante desta situação, não tenho dúvida que a melhor opção é avançar para completar o esquema de quem já recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca e caminharmos em direção a uma imunidade coletiva com maior brevidade e com segurança”, afirmou. O conselheiro destacou que, de acordo com a bula do imunizante, a 2ª dose da vacina deve ser administrada, idealmente, entre oito e doze semanas de intervalo. “A Anvisa, na autorização emergencial, colocou em bula que o intervalo entre as doses deveria ser de quatro a doze semanas, mas ressaltou que a melhor eficácia seria de oito a doze semanas, sugerindo este intervalo como o ideal. A OMS também definiu que o intervalo ideal entre as duas doses seria de oito a doze semanas. O Reino Unido, inicialmente baseado em uma boa resposta já com uma dose, e para aumentar o quantitativo de pessoas vacinadas com uma dose, estabeleceu o intervalo de 90 dias, o que foi seguido por vários países. Posteriormente, a partir do dia 15 de junho de 2021, para ampliar o número de pessoas completamente vacinadas com duas doses e reduzir o risco de novas variantes, o Reino Unido reduziu o intervalo para 60 dias”, pontuou Eduardo Jorge.
Para o especialista, diante desta situação, “não exista dúvida que a melhor opção é avançar para completar o esquema de quem já recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca e caminharmos em direção a uma imunidade coletiva com maior brevidade e com segurança. Vacina SIM e sempre que possível de forma mais rápida possível!!”, defendeu.